Atestado de Secundarista

A muito que esse post está prometido. O Atestado foi meu discurso de formatura do ensino médio, junto com dois grandes amigos que representaram outras salas. O engraçado é que antes desse último ano, nós três éramos da mesma. Uma mesma turma formada desde que ingressamos no fundamental, óbvio, com algumas modificações: gente que vem, gente que vai, gente que volta... Mas permanecendo uma mesma, mesmo que separada, como terminou. E falando nesse término, esse último ano letivo, o ano em que todo mundo chorou escondido, sem aguentar, sem entender o que o mundo queria para gente. Então entendemos o quanto vale os amigos, o quanto vale desabafar o que estamos sentindo, o quanto custa um sonho. Ao menos foi assim para mim, e, sinto eu, que também foi para todos os outros. Por fim, esse discurso. Ocorreu em Dezembro, nos dias que correram mais rápido que todos. Pós vestibular, pós a viagem que ninguém vai esquecer, e antes do resultado final de se tudo valia a pena ou não, de como se seguirá nossas vidas. Foi assim naquela noite, de finalmente, formatura. Sem mais abuso da paciência de ninguém, o que falamos naquela noite:


















Cristiano Guerra,
Juliana Lira, Marcos Barbosa

 

Chegamos até aqui munidos de sonhos.
Chegamos até aqui munidos de sonhos.
Munidos dos melhores sonhos que carregamos no peito.
Porque ninguém pode dizer que não batalhamos por eles.
Sobrevivendo a batalhas de noites de sexta-feira e sábados de manhã.
Engana-se quem pensar que houve trégua nos domingos.
E se, mesmo assim, alguém não aprendeu o que a palavra foco significa, não aprenderá nunca mais.
Será que alguém aqui parou para contabilizar quantas coisas a gente passou?
Quantos sorrisos, quantas conversas, quantos gabaritos?
Não, a gente não contou, só viveu.
Porque amor não é matemática, não é geografia e nenhuma matéria que possamos escolher.
O amor se faz no sonho que cada um traz consigo.
Batendo no peito e dizendo: - “EU QUERO SER ISSO!”
É daqui para frente que cada sonho começa a se realizar.
Porque quem acredita sempre alcança; não é isso que a música diz, hein?
Muitos caíram pelo caminho, nós, não.
Muitos tomaram outros rumos, nós, não.
Então, muitos, enfim, desistiram. Mas, nós não!
Há mais força em nós do que a gente supunha.
 Cada um aqui pode ser qualquer coisa.
Ser tudo ou nada.
Pois não há espaço para ficar no meio.
E não importa que caminho tomaremos, jamais mudaremos no essência.
Quanto aos amigos, (pausa) basta de dizer que os amigos são amigos.
É, amigos... nós chegamos até aqui juntos e esta seria um boa hora para um abraço.
Passamos tantas coisas juntos que será difícil lembrar tudo.
O que lembrarmos será o mais importante:
As boas histórias que conteremos aos nossos netos, as fotos, e as lembranças, e as piadas internas e as gargalhadas.
Os grandes momentos que estivemos juntos, serão sempre grandes momentos.
Que com os verdadeiros amigos tendem a se intensificar.
Depois de tanta coisa, se você tem vontade de chorar, chore.
E se for de sorrir, sorria.
E de gritar, grite.
E se for de amar, AME!
Porque só esse amor pode nos julgar.
Um dia a maioria de nós irá se separar.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos.
Vamos nos perder no tempo...
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão:
- Quem são aquelas pessoas?
Diremos que eram nossos amigos. E... Isso vai doer tanto!
Foram meus amigos, foram com eles que vivemos os melhores momentos de nossas vidas.
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes de hoje em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida.
Mas não devemos nos perder no tempo.
Por isso, fica aqui um pedido destes humildes amigos:
Não deixe que a vida passe em branco e nem esses grandes momentos.
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se tivessem morrido todos os meus amigos"
(Vinícius de Morais – adaptado)
Por fim, isso tudo será nosso atestado, nosso legado, nossas vidas.
Poderemos ser tudo ou nada.
Inclusive nós mesmos.
Inclusive, nossos sonhos.


#Por enquanto, na voz de Cássia Eller; foi o tema daquela noite e do nosso colegial.

7 comentários:

Rafaelle Benevides disse...

que discurso lindo, cris, as pessoas devem ter ficado emocionadas. olha, desculpa só vir agora aqui, mas é que to meio adoentada... bjs pra vc, querido.

Julyana ツ disse...

Isso foi simplesmente lindo!
Com certeza tocou fundo o coração de todos os presentes... <3


;*

Unknown disse...

Lindo, lindo!
Nossa é como se desse pra ver/sentir o que, quem estava lá, sentiu...

beijo,
Laura Ribeiro

Jéssica Trabuco disse...

Ah.. me arrepiei.
Lembrei do meu último ano de colégio, do tanto que chorei e do tanto que lembro sorrindo hoje.
Obrigada por isso.

lídia martins disse...

É como se eu tivesse sido picada por um escorpião venenoso. Sabe aonde dói agora? Aqui no meu peito. Me dá um aperto saber que tudo é passageiro.

A Serena disse-me uma vez que o que há de ser tem muita força. O jeito é acreditar, senão a gente morre de tristeza.

Poeta, você está tão pleno.

Te abraço com ternura.

Rodolpho Padovani disse...

Cris, eu adorei esse discurso de vocês, me deu uma nostalgia de um tempo recente e saudade daquele tempo cheio de risos que ficou para trás, lendo tudo isso dá uma vontade de reviver tudo, do mesmo jeitinho, mas o que fica agora são apenas as lembranças e as muitas fotografias.

Abraços.

Letícia R. disse...

Que imagem linda, que discurso lindo, impecável. *-*
Eu me emocionei, e até senti como se eu estivesse no lugar de vocês.