1 ano de portas abertas

Carta de agradecimento.

Faz um ano. Era tarde da noite, e resolvi montar um blog. O porquê é simples, precisava de um lugar para escrever. Tudo bem, não é uma justificativa plausível. Não a do blog, mas a de escrever talvez seja. Condicionei-me a pegar um lápis e uma folha para não morrer afogado em tanto sentimento. Eu sempre tive medo de abrir ao mundo meus sentimentos. E ainda tenho, que fique claro. Porém, não é por minha boca que eles têm de sair, as mãos são hábeis, aprendi. Então escrevo, fazendo sol, chuva, com o coração em festa, com o coração em desespero. Sinto-me mais forte assim. Sinto-me mais forte entre as palavras. Aprendi com os poetas, os prosistas e com as escolas literárias que as palavras são uma grande defesa contra o mundo, contra essa injúria, essa inveja, essa tristeza; e mesmo sendo eu um cara desconhecido no mundo, eu tenho voz e, então, eu tenho vez. E sendo assim, eu escrevo. Tiro todas as armaduras, as amarguras e a vaidade, porque eu não preciso aqui. Sento e começo a trabalhar palavras, a harmonizar orações e as esculpir essa coisa toda que eu julgo ser verdade. Então nasceu a Oficina, o canto em que me arrisco, que lapido emoção em crônicas que façam algum sentido. Eu suponho que façam. Terrosa, porque tudo aqui é rudimetar como argila, frágil como barro e porque minha alma tem essas cores terrosas: eu sou pouco refinado, sem graça, mas minhas palavras são sólidas. Nunca convidei, mas as pessoas começaram a vir e foram ficando, como comentários em cada postagem, como conselheiros em minha vida. Então meu motivo de escrever mudou. Não era mais porque eu morreria engasgado com esses sentimentos, mas sim, porque eu passei a entender que existem pessoas que sentem o mesmo que eu. Deixei de ser um cara que escreve sozinho, para aquele, que sem compreender como, detém sentimentos compartilhados. E me faz extremamante feliz quando chega alguém e diz: 'te entendo, minha vida também é assim'. O peso da solidão, de enfrentar as batalhas sozinho some, e então eu sei que não sou estranho, que não sou diferente, que as coisas acontecem pra todo mundo. E quando dei por mim, pessoas que pouco converso me paravam no corredor para dizer que me ler fez bem, outras usavam minhas palavras nos seus orkuts, como epígrafe de trabalho de colégio, e algumas pequenas frases como prece. E eu não entendia, como eu, que sempre pensei no meu coração como um lugar triste, servi de exemplo, servi para que pessoas compreendessem a si mesmas através de mim. Eu me sinto honrado. Como não, se há pessoas que acreditam em mim? E foi nesse lugar, melhor, através desse lugar, que eu fiz amigos, de onde nasceu outro blog, pelo qual fui convidado a um jornal online, e pelo qual comecei a ser publicado em jornal impresso. O lugar onde foram derramadas minhas lágrimas, comemoradas minhas vitórias, rezadas minhas preces, onde guardei um ano de minha vida. E eu sou grato, posso dizer mais o que? Pedir mais o que? Muito obrigado, do fundo do meu coração, de verdade. E se essa carta não foi bem elaborada, desculpe, foi a emoção. Essa casa tem portas abertas só por causa de vocês.












Minha única prece é a seguinte: acreditem no que vocês amam.
E mesmo que digam o contrário, que desafiem, que declarem estupidez.
A gente é muito mais forte do que o que dizem. Muito mais que qualquer coisa.
Coração, meus amigos, não erra. É o que no fundo a gente sabe, mas finge não saber.

Muito obrigado.
E aquele abraço apertado.

Cristiano Guerra
25/05/2010 - 25/05/2011 - de blogosfera
(Na trilha, a primeira música tocada aqui)
             

7 comentários:

Rafaelle Benevides disse...

muuuuito bom, cris!!!!! parabéns!!

meu blog tbm fez niver mas nem comentei nada, foi dia 8 de maio
uahuhauhsuahuhsa

parabéns a nós!!!!!!!! felicidades, querido. é sempre bom voltar aqui... como respirar depois de um mergulho intenso e então voltar a perder o fôlego ;) bjs.

Luria Corrêa disse...

Você tem um verdadeiro tom Cristiano. De arte, de letras. Até mesmo de amar. 1 ano escrevendo como você escreve não é para qualquer um, e eu te desejo meus mais sinceros parabéns e todo o sucesso que caiba aos seus sonhos. Continue assim, sempre!

Abraço

Luria Corrêa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodolpho Padovani disse...

Cris, em primeiro lugar super parabéns pelo 1 ano excelente de blog e faz quase um ano também que entrei nas portas da oficina e decidi ficar, porque você me fez sentir em casa, aproveito para agradecer por isso, pela hospitalidade, hehe.
Dizem que o primeiro ano é o mais difícil, então que venha muitos anos pra Oficina e com suas palavras sempre bem moldadas.

Abração!

Emilene Lopes disse...

Olá!
Teu texto é excelente, inteligente e cheio de ensinamentos...
Adorei esse fragmento, muito verdadeiro...

"É só caminhar nas ruas, ver o sonhos que se desmancham, os corações que se quebram, os sentimentos que ninguém escuta."

Bjsss da Mila!

Guilherme Augusto Codignolle Souza disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Guilherme Augusto Codignolle Souza disse...

Eu discordo amigo...
Vc diz:
"Porque a única coisa definitiva, é a falsidade" e eu acho que a unica coisa definitiva é o fluxo de mudança a que se resume a vida. Como vc disse mt bm, esse amarrado de verdades não dura por mt tempo. E por pior que seja, cada mudança é uma oportunidade de recomeçar, por maior que seja o custo pago por ela. Posso ser louco por tomar isso por filosofia, mas não ando mais tão triste como antes desde que passei a conseguir pensar assim.

http://codignolle.blogspot.com