Semântico

















Foto: © Cesarr Terrio





Não sei porque, mas ainda não me divorciei do vazio. Encontro rastros em todos os lugares da casa, no meu guarda-roupa, cama e banheiro, de que ainda falta alguma coisa. Eu sinto falta. Sinto tão exageradamente que, por vezes, preferia não sentir nada. Me sinto um quadro, estático e sem graça, com o cenário besta de sempre e um eu lírico perdido. Minha vida não é uma narrativa interessante, nunca foi. E na minha perfeita falta de humildade, sei que sou, somente e apenas, um rascunho literário de uma tragédia sentimental. Brincar com palavras na esperança ou possibilidade de que isso seja o mesmo que viver. Sinceramente, conviver comigo mesmo é um exercício espiritual insuportável. E por praticar tanta e tanta sobrevivência, posso garantir que não tenho mais medo. Acabaram as noites em que passei a madrugada torcendo travesseiros encharcados de sonhos e falhas. Deixa vir, o que tiver de vir. O vazio que sinto é a ausência de um ponto final, ou até mesmo, um novo parágrafo. Que venha agora, hiperbolicamente.

6 comentários:

Mari. disse...

Todos vamos morrer de tanto procurar por nós mesmos. Assim, hiperbolicamente.

=)

Julyana ツ disse...

O vazio também não me deixa.
É como uma tormenta que nunca me abandona.




;*

Rodolpho Padovani disse...

Acho que eu não suportaria conviver comigo se eu não fosse eu, confuso isso né? haha
Mas enfim, o vazio acaba preenchendo, mas de uma maneira insatisfatória e isso é horrível... mas é isso, a gente tem que viver na esperança de coisas boas virão, que venha tudo de bom, hiperbolicamente, é claro.

Abraços!

H. Cruz disse...

desculpe estou um pouco atrasado, mas espero que ainda dê tempo..,

rs, demorei de aparecer, pq ultimamente o trabalho anda esgotando meu tempo, minha força e a minha poesia.

eu adorei o texto dedicado. mesmo.. embora haja um espaço pequeno entre todas as coisas citadas, há ainda um espaço muito grande no coração, esperando um amor pra ser preenchido.

invés de te dedicar uma poesia minha, vou te dedicar uma poesia de um escritor que eu amo. queria te dar até o livro de presente se hovesse a oportunidade. te conheço pouco, mas te sinto como um amigo proximo. adimiro mto o que vce escreve e a maneira como escreve.


um super abraço, e obrigado :)

Danny disse...

Olá Cris,

Ai também não sei porque ainda não abandonei o vazio, e realmente falta um ponto final em toda minha história talvez falte todos os postos, rs. E fico eu aqui a olhar a tela em branco sem saber muito bem como escrever a próxima linha o próximo parágrafo, sem saber como mergulhar nessa vida sem que me perca novamente no vazio...

Obs: sua Oficina está a produzir os melhores vasos que já vi[(Li)]. ;)

Passa lá no Caminhos e pegue o selinho "blog de ouro", q com toda certeza se faz digno ao nome...*-*

Quero também pedir-te permissão para postar alguns trechos teus no qual me identifiquei, assim como fiz com o blog da Michele, claro com os devidos créditos, teus contos merecem divulgação. Permite-me??

Beijos na ALma

>>Dani.

Lucid Nightmare disse...

"Não sei porque, mas ainda não me divorciei do vazio. Encontro rastros em todos os lugares da casa, no meu guarda-roupa, cama e banheiro, de que ainda falta alguma coisa. Eu sinto falta. Sinto tão exageradamente que, por vezes, preferia não sentir nada."

Este é um dos teus textos... Que mais me agrada... Embora todos sejam maravilhosos... Tenho um verdadeiro carinho por este !