Desabafo chuvoso





















 Foto: © Cesarr Terrio
 


Tem dias que a gente acorda com o espírito quebrado. É trágico, não sei descrever, nem sei se é compreensível o que falo. Eu vejo as pessoas passarem, os gatos passarem, o vento passar. Tudo olha nos meus olhos e não me entende. Acabo de entender: sou pequeno e inexpressivo. A ponto das coisas me olharem, mas não veem. Eu aprendi a ser assim, uma capa de qualquer coisa e um espírito que só precisa de um abraço.  Julgam-me como arrogante, como metido; vaidoso, egocêntrico, prepotente. Não sou assim. Há ma rudeza que me cobre, eu sei, eu permito, é necessário. Talvez se não fosse assim, o mundo racharia essa coisa fraca que sou mais frequentemente. E meu plano de saúde não cobre lágrimas. Mas se não conseguem me ver, que dizer que eu também não consigo ver as pessoas. Acho que todos nós vivemos nessas cavernas, complexados, absortos, desvelados; esperando que alguém chegue com uma lanterna e diga: - "Aí está você! Te procurei a vida toda.". Só preciso de quem me entenda, de verdade. Acho que todos precisamos. Mas não sou eu que vou correr o mundo com a lanterna. Vou continuar aqui sentado, quietinho, quietinho, com os cacos de alma na mão. Vai ver eu tenho sorte.


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"É por isso e talvez por mais algumas coisas que não tem nada aqui dentro. Porque todo o sentimento que faz bem só existe pros outros, pros bonitos, pros inocentes, pros que se deixam levar e são felizes desse jeito. Eu não. Sou artista, sou mentira, sou intensidade. Não consigo aceitar pouco. Tem gente que vive de jogos porque rebaixa o amor à adrenalina, porque acha que o pressuposto dos relacionamentos é sofrer. Eu não sou assim. Não gosto de solidão a dois.

Eu tenho tentado, inutilmente, ser melhor. Me perdi no caminho e não posso voltar ao que era, tampouco posso parar de seguir em frente. Então deve haver uma maneira de evoluir sem perder o direito de sentir. Crescer sem perder a esperança nas pessoas. E aprender isso sozinha é triste: torna todo o resultado inútil."

(Verônica H., porque explicou muito melhor que eu.)

5 comentários:

Bird disse...

Na verdade, a citação completou o seu pensamento. (Por isso,ela deveria vir no começo do texto..).

Acho que te entendo, um pouco. Mas, sabe o que é?

É que a gente veste uma armadura para nos manter protegidos dos outros. Aí nos tacham de todas as coisas possíveis. Desde anti-social à métido. E as pessoas nem ligam, não se aproximam da gente. Precisamos delas? Talvez,sim. Talvez, não. Eu apostei no "sim". Mas, ainda me mantenho longe. Deixo a minha armadura para ocasiões específicas...

Gustavo Reis disse...

curti teu blog.

Sam Souza disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sam Souza disse...

Olá Cristiano !
Gostaria que você visitasse os meus blogs
http://palavras-e-sentimentos.blogspot.com/
http://junglegirl-na-janela-secreta.blogspot.com/
Se gostar pode seguir, ficarei feliz em ver você por lá. :D

Anônimo disse...

Eu sempre me dou um tempinho para respirar.

Feliz fim de semana

Um beijo =*